terça-feira, novembro 28, 2006

O tamanho conta


Demorei uma hora a ir do Camões à Sé porque o nosso Presidente da Câmara estava a inaugurar a chegada do consumismo. Que grande que ele é - parece que o maior da Europa!

segunda-feira, novembro 27, 2006

Pantone

Isto porque me recuso a assumir que às vezes sou um bocado cinzenta.

Anatomia rodoviária



Senti-me oficialmente perdida quando perguntei a um polícia onde é que estavamos e ele me respondeu:
- Estamos no Rego, menina.
Apeteceu-me concluir:
- Ah, sei, a caminho do Cu do Mundo - mas contíve-me e segui, a medo...

terça-feira, novembro 21, 2006

A saca de orelhas

Sentenças delirantes dum poeta para si próprio em tempo de cabeças pensantes

1
Não te ataques com os atacadores dos outros.
Deixa a cada sapato a sua marcha e a sua direcção.
0 mesmo deves fazer com os açaimos.
E com os botões.

2
Não te candidates, nem te demitas. Assiste.
Mas não penses que vais rir impunemente a sessão inteira.
Em todo o caso fica o mais perto possível da coxia.

3
Tira as rodas ao peixe congelado,
mas sempre na tua mão.

Depois, faz um berreiro.
Quando tiveres bastante gente à tua volta,
descongela a posta e oferece um bocado a cada um.

4
Não te arrimes tanto à ideia de que haverá sempre
um caixote com serradura à tua espera.
Pode haver. Se houver, melhor...

Esta deve ser a tua filosofia.

5
Tudo tem os seus trâmites, meu filho!
Não faças brincos de cerejas
sem te darem, primeiro, as orelhas.

Era bom que esta fosse, de facto, a tua filosofia.

6
Perguntas-me o que deves fazer com a pedra que
te puseram em cima da cabeça?
Não penses no que fazer com. Cuida no que fazer da.

É provável que te sintas logo muito melhor.

Sai, então, de baixo da pedra.

7
Onde houver obras públicas não deponhas a tua obra.
Poderias atrapalhar os trabalhos.
Os de pedra sobre pedra, entenda-se.

Mas dá sempre um "Bom dia!" ao pessoal do estaleiro.
Uma palavra é, às vezes, a melhor argamassa.

8
Deves praticar os jogos de palavras, mas sempre
com a modéstia do cientista que enxertou em si mesmo
a perna da rã, e que enquanto não coaxa, coxeia.
Oxalá o consigas!

(...)

11
Resume todas estas sentenças delirantes numa única
sentença:
Um escritor deve poder mostrar sempre a língua portuguesa



(ALEXANDRE O'NEILL )

quarta-feira, novembro 15, 2006

Vertigem

(imagem do filme Manual do Amor)


É estranho que não consiga abstrair-me da ideia de que vai tudo passar, esmorecer, mecanizar-se e que um dia os gestos vão ser os mesmos, mas a vontade vai ser procurada em vez de escondida. É estranho, principalmente porque sempre vivi sem medo de morrer.

quinta-feira, novembro 02, 2006

Lichtenstein VS Warhol


















... Andy and I, we will always be mixed up ..."

(Imagem de Roy Lichtenstein)